Energia e agro impulsionam inovação fora do eixo Sul-Sudeste
Energia e agro impulsionam inovação fora do eixo Sul-Sudeste
Instituto passa a monitorar desenvolvimento tecnológico nos estados com índice próprio
Brasília
As energias renováveis e o agronegócio impulsionam a inovação tecnológica no Norte e Centro-Oeste do país, segundo o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) que será lançado nesta segunda (5) pelo Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
As cinco economias mais inovadoras são as seguintes: São Paulo (0,891), Santa Catarina (0,415), Paraná (0,406), Rio de Janeiro (0,402) e Rio Grande do Sul (0,401). A média nacional é de 0,291.
No Nordeste, o líder é o Rio Grande do Norte (0,216), puxado pelo desenvolvimento de tecnologias ligadas à geração de energia solar e eólica.
Tocantins (0,153) e Amazonas (0,154) ficaram praticamente empatados. Mesmo com a Zona Franca de Manaus (AM) e as políticas de incentivo no estado, o agronegócio no Centro-Oeste turbinou investimentos e a formação bruta de capital em Tocantins.
No Sul, Santa Catarina se destacou, sobretudo, pela quantidade de depósitos de patentes e marcas na região.
Brasília (DF), no Centro-Oeste, liderou em dois dos mais relevantes indicadores: escolaridade média da população e a quantidade de doutores e mestres. Também pontuou na infraestrutura digital da cidade.
Para o presidente do Inpi, Júlio César Moreira, o objetivo do IBID é identificar potencialidades e desafios para a inovação para orientar políticas públicas e estratégias corporativas nessa área.
O índice seguiu a metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
Publicado desde 2007, o IGI é o indicador global de referência no tema, classificando 132 países a partir de suas potencialidades e gargalos.
Na edição mais recente, em 2023, o Brasil ocupou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira posição no ranking regional (América Latina e Caribe), subindo cinco colocações em relação ao ano anterior.
O IBID é um índice sintético, que varia de 0 a 1, a partir de 74 indicadores coletados junto a fontes oficiais e distribuídos em sete pilares (instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia e economia criativa).
Esses pilares subdividem-se em 21 dimensões, como crédito, investimentos, educação, ambiente regulatório, sustentabilidade, criação de conhecimento, ativos intangíveis, entre outros.
“A inovação não está mais restrita aos laboratórios e artigos científicos. O IBID trabalha com esta definição ampliada do processo inovativo”, disse o economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura. Com Diego Felix
Fonte: Folha de São Paulo