Haddad tem reunião com industriais e define que quer repetir encontro a cada 90 dias
Conversa foi franca e tratou da realidade do setor, mas evitou pontos sensíveis, segundo participantes da reunião
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta quinta-feira, 27, com membros do grupo Coalizão Indústria e definiu que planeja repetir os encontros a cada 90 dias, segundo pessoas que participaram da conversa, em São Paulo.
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O encontro, segundo um interlocutor, foi proveitoso porque havia apenas sete pessoas no gabinete do chefe da equipe econômica e houve tempo para todos colocarem a realidade de seus respectivos setores — e também para o ministro questionar os interlocutores, e colocar suas posições.
“Na verdade, o que fizemos foi mostrar ao ministro o retrato fiel do que está acontecendo no chão de fábrica. Normalmente, ele se encontra com as grandes associações que, por melhor que seja a intenção, não estão a par do que acontece no dia a dia das fábricas. Mostramos nossas preocupações com faturamento, quadro de emprego, nível de utilização da capacidade instalada da indústria, crédito e tudo o que tem impactado a atividade do setor”, disse um dos participantes.
Uma segunda pessoa relatou que, na reunião desta quinta, não foram abordados temas considerados mais sensíveis, como a contrapartida acertada pelo governo com o Congresso para apresentar alternativa sobre a devolução da medida provisória que limitava a compensação de créditos tributários referentes ao PIS/Pasep e Cofins.
Essa discussão está acontecendo no Congresso”, disse um industrial, mencionando que o encontro teve como foco apresentar os dados de desempenho da indústria nos últimos meses e compartilhar um termômetro de mercado sobre o que se pode esperar para o restante de 2024. “Foi uma conversa franca, na qual ratificamos a necessidade de contato mais frequente com o ministro para transmitir as nossas ideias ao governo”, disse outro interlocutor. Segundo ele, houve interesse por parte do ministro sobre os dados de desempenho econômico apresentados por cada setor.
Fonte: Estadão