Americanas: Advogados buscam brechas para extradição de Gutierrez
Apelidado de novo Ghosn, ex-CEO fugiu para a Espanha; por cidadão espanhol, ele não pode ser extraditado
Advogados da Americanas se debruçam no momento sobre a legislação espanhola em busca de uma brecha para exigir a extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas apontado como mentor das supostas fraudes que levaram a companhia à recuperação judicial com uma dívida de mais de R$ 43 bilhões.
Gutierrez é cidadão espanhol e, por isso, não pode ser extraditado a pedido do Brasil. No entanto, os advogados da varejista consideram que, a exemplo de Portugal, a Espanha também possa se sensibilizar e enviar Gutierrez.
Segundo o advogado Celso Vilardi, na Lava Jato, Portugal concordou em extraditar um dos alvos da operação.
Em 2018, o empresário Raul Schmidt foi alvo de duas ações penais sob a acusação de ter pagado propina a ex-executivos da Petrobras.
Naturalizado português, ele representava empresas estrangeiras que negociavam com a petroleira à época.
Schmidt teve prisão decretada. O caso foi parar na Suprema Corte de Portugal, que abriu exceção e determinou a extradição de Schmidt para o Brasil.
No entanto, por questões técnicas relacionadas a prazos não cumpridos pela Justiça brasileira, a extradição foi cancelada.
Apelidado de “o novo Ghosn”, Gutierrez se beneficia da mesma situação do ex-todo poderoso da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn.
Ele fugiu do Japão para o Líbano, onde é cidadão, para escapar da prisão por um esquema de fraude fiscal envolvendo a montadora.
Ghosn não pode sair do país por ter prisão decretada, mesma situação hoje vivenciada pelo ex-CEO da Americanas. Com Diego Felix
Fonte: Folha de São Paulo