Consumidores da 123 Milhas vão sofrer com recuperação judicial

Se há uma situação em que o consumidor fica desemparado, é quando ocorre recuperação judicial. A plataforma de turismo 123 Milhas está em recuperação judicial (antiga concordata). Declarou ter R$ 2,3 bilhões em débitos e solicitou a suspensão por 180 dias das cobranças judiciais de credores e consumidores. Quem planejou e pagou viagem neste período ficará a ver aviões no céu, mas não viajará neles. O objetivo da recuperação é evitar a falência das empresas. Mas não há qualquer preocupação com os direitos dos consumidores. E, o que é pior, não há como aplicar o Código de Defesa do Consumidor (CDC) no período concedido para recuperação judicial. Os antigos usavam vários ditados relativos a providências adotadas depois do sinistro ocorrido. Uma delas era: portas arrombadas, trancas de ferro. Mesmo assim, para quem ainda não foi lesado por um agência de viagens, segue um conselho gratuito: não acredite em descontos fora da média do mercado. Se pretende viajar em médio ou longo prazos, consulte os sites das companhias aéreas, e opte pelo mais em conta e com melhores condições de pagamento. Consulte também as reclamações sobre a companhia pela qual pretende viajar, inclusive se tem cumprido datas e horários das viagens. Não significa, é claro, que todas as agências de viagens estejam sob suspeita. Quando se trata de viagens que serão realizadas em alguns meses, contudo, saiba que correrá risco, sim. Se optar por uma agência de viagens, portanto, leve mais em consideração a credibilidade, a reputação e seu histórico, do que vantagens mirabolantes. O desejo de levar vantagem está muitas vezes associado a golpes e perdas. No caso da 123, foi montada uma pirâmide. Ou seja, os novos compradores bancavam os descontos dos anteriores. Qualquer problema que quebre a pirâmide, entretanto, faz ruir todo o esquema, e sofre quem chegou por último.


Fonte: Estadão

Traduzir »