Toffoli ganha afago de advogados próximos ao PT em disputa por vaga no CNJ
Na estratégica disputa por uma vaga no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), articulada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de olho em apoio no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli foi convidado por Lira a abençoar uma candidatura, mas esse não foi o único aceno que recebeu. Toffoli também ganhou o apoio do Grupo Prerrogativas, formado por advogados próximos ao PT e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o aceno de Lira e o afago do Prerrogativas, Toffoli teve trânsito livre para que sua chefe de gabinete, Daiane Nogueira de Lira, seja a nova representante da Câmara no CNJ.
Toffoli pode ter cometido equívocos, mas teve grandes acertos nesse processo todo. Daiane também é uma pessoa próxima da gente”, diz um advogado do Prerrogativas.
Graças à articulação de Lira com líderes partidários e à ajuda do Prerrogativas, Daiane será a única candidata em que os deputados federais poderão votar para representá-los no CNJ. A votação seria na última quinta-feira, 6, mas foi adiada para agosto, após o recesso parlamentar.
O candidato do Grupo Prerrogativas era o advogado Tiago de Lima Almeida, presidente da Comissão de Direito Notarial do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele já fazia campanha há meses, com apoio de caciques do PT, do PSOL, do PCdoB e do MDB. O grupo calcula que ele já tinha mais de 200 votos, de um total de 513 deputados. Mas a entrada na disputa da auxiliar de Toffoli, na véspera da votação, pegou a todos de surpresa e nem os advogados do Prerrogativas tinham interesse em um confronto de candidaturas.
Quando chegar ao CNJ, Daiane vai assumir casos de interesse para muitos dos envolvidos na sua eleição. Isso porque ela vai assumir os trabalhos do conselheiro Mário Maia, atual representante da Câmara, o que inclui a relatoria dos três processos disciplinares abertos contra o juiz federal Marcelo Bretas, que foi responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Fonte: Estadão