Vaga no STF: Zanin tem maioria de votos para ser aprovado na CCJ
A maioria dos senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado afirma que vai votar pela aprovação do advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cristiano Zanin Martins, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), na sabatina que será realizada nesta quarta-feira, 21. Segundo levantamento do Estadão,15 parlamentares que integram o colegiado declararam que vão votar favoravelmente pela nomeação dele. Zanin necessita do “sim” de 14 dos atuais 26 titulares da CCJ. O parecer da comissão seguirá para análise do plenário.
Na semana passada, Zanin percorreu os corredores do Senado para conquistar o apoio dos parlamentares. Além de bater na porta dos gabinetes de senadores, o advogado se reuniu com a bancada feminina e com membros do PSD e do MDB. Os partidos manifestaram apoio à aprovação do advogado para o Supremo. Na CCJ, as siglas somam oito votos, e no plenário do Senado representam 25 dos 81 votantes.
Dos 15 senadores que declararam à reportagem que vão votar a favor da indicação de Cristiano Zanin, Plínio Valério (PSDB-AM) informou que a intenção de voto dele pode mudar e que está “reavaliando” o voto favorável. Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) disseram que votarão contra a indicação feita por Lula.
O gabinete do ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União-PR) – titular da CCJ – disse que o parlamentar não vai se pronunciar sobre a intenção de voto. Na Operação Lava Jato, Zanin defendia Lula e Moro era o juiz do caso, na 13ª Vara Federal de Curitiba. Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) afirmou que terá um posicionamento somente após a sabatina.
Após a aprovação de Zanin na sabatina da CCJ, a indicação – formalizada por Lula no último dia 1º – será votada pelo plenário, composto por 81 senadores. O advogado necessita de 41 votos para garantir a nomeação na Suprema Corte. Caso seja aprovado, ocupará a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski, que antecipou a aposentadoria no STF em abril.
O advogado Cristiano Zanin Martins, 47, ganhou projeção nacional pelo trabalho na defesa de Lula nos processos da Operação Lava Jato. Quando o petista ainda estava preso, o advogado se tornou um porta-voz, divulgando boletins regulares sobre a situação jurídica do então ex-presidente na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Como advogado, ele teve acesso direto a Lula nos 580 dias em que o petista passou detido em uma sala especial na superintendência da corporação no Paraná. Foi da autoria dele o recurso ao STF que provocou uma reviravolta na Lava Jato, ao declarar a parcialidade do ex-juiz e agora senador Sérgio Moro, permitindo a reabilitação política de Lula.
Fonte: Estadão