Dario Durigan deve mudar perfil de atuação da secretaria-executiva da Fazenda
A indicação de Dario Durigan para a secretaria-executiva no lugar de Gabriel Galípolo deve mudar um pouco o perfil de atuação dessa área do Ministério da Fazenda. O futuro titular, advogado de formação, deve trazer uma abordagem mais de gestão mesmo para a área, reduzindo o papel formulador que ela vem tendo sob o comando de Galípolo, que é economista e tinha papel atuante na construção da política econômica desde a campanha eleitoral de 2022.
Durigan é advogado de formação, pela USP, com mestrado na Universidade de Brasília. A maior parte de sua atuação tem sido no setor público, incluindo a assessoria especial do então prefeito e hoje ministro Fernando Haddad, de quem se tornou muito próximo.
O conhecimento jurídico facilita o desenho legal de medidas na seara econômica e a interação com o Poder Judiciário, na qual o ministro tem uma importante aposta para garantir pelo menos parte (ou ao menos não perder) as receitas necessárias para seu programa de ajuste fiscal.
A expectativa é que ele assuma o cargo em cerca de um mês, tão logo o Senado examine o nome de Galípolo para compor a diretoria de política monetária do BC.
A indicação do nome do atual secretário-executivo para uma das mais importantes diretorias da autoridade monetária, segundo o JOTA apurou, foi acelerada diante da percepção de que outros atores no governo vinham se movimentando para ocupar o espaço vago na autoridade monetária.
Com Galípolo, que já vinha fazendo um papel de “headhunter” para a diretoria do BC e construiu uma relação boa com o presidente Lula, o governo tenta acelerar o processo de queda dos juros pelo Banco Central. Ainda que esteja muito longe da indicação do futuro presidente do BC, uma vez que o mandato de Campos Neto só termina no ano que vem, Galípolo naturalmente se torna um polo formador de opinião na autoridade monetária por ser o favorito para ocupar a chefia da casa, ainda que até lá outros nomes possam surgir.
Fabio Graner – Analista de economia do JOTA em Brasília.
Fonte: JOTA