Nova etapa prevê ampliação no compartilhamento de dados

Após completar dois anos, o open finance entra agora em uma nova etapa no Brasil. A implantação da chamada fase 4 englobará informações relacionadas a participantes não bancários, como corretoras e seguradoras, fazendo com que o escopo do projeto no Brasil se torne mais amplo do que nos casos internacionais. As conquistas e desafios que ocorreram de 2020 para cá e os novos caminhos dessa nova tecnologia financeira serão discutidos hoje, a partir das 15h, em live promovida pelo Estadão Blue Studio, com patrocínio da Febraban.
“A quantidade de produtos e serviços disponíveis já está gerando benefícios para o cliente. Estamos agora voltados à fase 4, uma etapa que traz mais complexidade porque junta outros participantes e reguladores fora do sistema bancário. Da parte dos bancos, já começamos a trabalhar nas especificações das APIs (interfaces de programação de aplicações). Depois será a vez da parte de desenvolvimento e homologação, mas acreditamos que ainda neste ano já teremos casos de uso para esta fase”, conta Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban.
A nova etapa prevê o compartilhamento de dados sobre novos grupos de produtos e serviços, como investimento, seguro, previdência e câmbio. Há ainda a expectativa de que implementem funcionalidades direcionadas ao público empresarial, além de promoverem melhorias na jornada de compartilhamento de dados e de iniciação de pagamento.
“Como tivemos implementada, recentemente, uma onda de melhorias no compartilhamento de dados e na iniciação de pagamentos, esperamos que as instituições consigam utilizá-las para ofertar novas soluções relacionadas a esses serviços. Também temos prevista a ampliação do escopo do compartilhamento de dados, com a entrada de dados de investimento, seguro, câmbio, entre outros”, informou o Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor) do Banco Central por meio de nota.
Embora tenha sido iniciada, a fase 4 ainda está passando por período de ajustes e melhorias. “Quando ela estiver completa, conseguiremos ter uma visão holística para o cliente de câmbio e investimento, por exemplo. Passaremos a ter capacidade de entregar o que o cliente precisar dentro da necessidade daquele momento”, avalia Ivo Mósca, conselheiro da Febraban na governança do open finance.
Está em discussão, segundo o Denor, um cronograma que abrangerá de maneira geral três frentes de trabalho: novas funcionalidades de pagamento voltadas às empresas; melhorias nas jornadas de compartilhamento de dados e de pagamentos; e melhorias de governança da própria estrutura do open finance, que inclui o mapeamento de processos internos de funcionamento e maior transparência de informações relacionadas à utilização do ecossistema e ao desempenho das instituições participantes.
Desafios e vantagens do open finance
Um grande desafio do processo do open finance é a equalização de requisitos técnicos como, por exemplo, a padronização e a transmissão de dados entre as instituições bancárias. No segundo momento, o objetivo será a implementação de todas as diretrizes aprovadas pelo Banco Central. A avaliação é de Estevão Lazanha, diretor de Canais Digitais e Open Finance do Itaú Unibanc
“A vantagem é que o compartilhamento de dados permite aos bancos a oferta de produtos, serviços e soluções financeiras mais adequadas às necessidades de cada cliente. E essa consolidação de informações traz vários benefícios como, por exemplo, o iniciador de pagamentos, que permite aos usuários fazerem Pix utilizando saldos de outros bancos, por meio do aplicativo do Itaú”, conta o executivo.
É importante destacar que o open finance possibilita ao banco ter uma visão mais completa da vida financeira do cliente, informação que é transformada em inteligência para aprimorar a oferta de serviços, produtos e soluções customizadas. “Por exemplo, conhecendo o histórico desse cliente, o banco pode oferecer produtos, eventualmente, com mais agilidade no onboarding, melhores taxas e prazos mais longos, entre outros benefícios. O open finance também permite a criação de novas funcionalidades como consolidar saldo e extrato de várias contas em uma mesma instituição, facilitando a gestão financeira”, diz Lazanha.


Fonte: Estadão

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