Discussão sobre moeda comum deve ganhar força em viagem de Lula a Buenos Aires, dizem aliados
Presidente se reúne com colega Alberto Fernández durante cúpula da Celac; ministro Fernando Haddad (Fazenda) integra comitiva
Danielle Brant
Brasília
A discussão sobre moeda comum para os países do Mercosul deve ganhar força com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Buenos Aires (Argentina), onde participa da cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos).
Lula viaja à capital argentina na noite deste domingo (22). A expectativa de integrantes do governo é que as conversas sobre moeda comum, ainda embrionárias, ganhem força em reuniões que o presidente manterá ao longo do evento, entre elas uma com seu colega argentino, Alberto Fernández. O ministro Fernando Haddad (Fazenda) integra a comitiva.
No final da noite de sábado (21), Lula e Fernández assinaram artigo conjunto no jornal argentino Perfil no qual defenderam o relançamento da aliança entre Brasil e Argentina.
Em um trecho, ambos defendem as discussões sobre moeda comum para o bloco. \”Temos a intenção de superar as barreiras em nossas trocas [comerciais], simplificar e modernizar as regras e fomentar o uso das moedas locais\”, escrevem.
\”Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda comum sul-americana que possa ser usada tanto para os fluxos financeiros como comerciais, reduzindo os custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa.\”
Em abril do ano passado, Haddad e seu atual secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, escreveram um artigo na Folha argumentando que a criação da moeda sul-americana pode acelerar a integração regional. \”A nova moeda poderia ser utilizada tanto para fluxos comerciais quanto financeiros entre países da região\”, indica o artigo.
Em janeiro deste ano, ao ser questionado sobre a possível criação de uma moeda única para o Mercosul, Haddad disse a um jornalista para \”se informar primeiro\”. A declaração ocorreu dois dias após o embaixador da Argentina, Daniel Scioli, ter dito que conversou com o ministro sobre a criação de uma moeda comum (não única) para o bloco
Fonte: Folha de São Paulo