Recessão não deve atingir países da América Latina no curto prazo, prevê FMI
Os principais países da América Latina não deverão enfrentar uma recessão no curto prazo, comentou Nigel Chalk, diretor-adjunto do departamento para o Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Há 20% de chances de (a recessão) ocorrer”, destacou Chalk nesta quarta-feira, 2. “Contudo, as condições sociais também devem ser foco das políticas econômicas da região.”
De acordo com Chalk, um fator que precisa ser monitorado é o aperto da política monetária pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).
“Se o Fed precisar subir os juros bem mais para conter a alta da inflação, isto poderá ser doloroso para a América Latina. Este poderia ser um terceiro choque para a região”, apontou, referindo-se também à guerra na Ucrânia e problemas mundiais de fornecimento de produtos provocados pela pandemia. “Ocorreria um aperto das condições financeiras ainda maior, o que inclusive traria repercussões para fortalecer o dólar.”
O diretor-adjunto do FMI também afirmou que a alta de juros adotada pelo Banco Central para conter a inflação desde março de 2021 está dando apoio para o patamar do câmbio no Brasil.
Chalk destacou ainda que os desafios para o próximo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são os mesmos da administração que será encerrada no dia 31 de dezembro, entre eles a abertura comercial, dado que o País é relativamente fechado nesta área, e o aumento da produtividade total de fatores.
Fonte: Estadão