Com fim de IPOs, bancos avançam em ‘situações especiais’ para gerar caixa
Cristiane Barbieri e Cynthia Decloedt
Com o mercado de capitais para lá de arisco, por conta da alta de juros no mundo, os bancos de investimento têm buscado outras fontes de receita. Com a saída de cena de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) e emissões no exterior, ganhou espaço a estruturação de operações caracterizadas como de “situação especial”. São empresas com necessidades variadas, sempre em busca de grande quantidade de dinheiro, como holdings não operacionais que precisam capitalizar subsidiárias, disputas legais ou mesmo aquelas em dificuldades financeiras.
Segundo Samy Podlubny, responsável por mercado de capitais do UBS BB, o crescimento da área é um sinal de amadurecimento do investidor, que tem demandado alternativas mais sofisticadas de alocação de capital. Como essas operações são mais trabalhosas, geram ganhos maiores aos bancos e que compensam em parte a queda na receita com o fechamento da bolsa.
No UBS BB, número de operações dobrou
No UBS BB, por exemplo, o número de operações de situação especial dobrou no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Recentemente, o banco intermediou um aporte de US$ 100 milhões feito por um estrangeiro, numa empresa brasileira em uma “situação especial”. Os nomes não foram revelados.
Com riscos maiores do que os do mercado de capitais, essas operações oferecem ganhos que vão do CDI mais 4%, até aqueles que somam mais 13% de retorno acima da taxa básica, envolvendo troca de ações e intervenção na gestão da companhia em dificuldades.
Fonte: Estadão