Nova proposta do governo contra inflação gera troca de acusações entre senadores

Mariana Carneiro, Julia Lindner e Gustavo Côrtes

24 de junho de 2022 | 05h01

A ideia do governo de aproveitar a PEC dos Estados para aumentar o valor do Auxílio Brasil virou motivo de discussão entre senadores em reunião ontem. A PEC nasceu da iniciativa do governo de reduzir tributos de combustíveis, acreditando que, com isso, os preços baixariam e Jair Bolsonaro lucraria eleitoralmente. Mas, na reunião, o líder do governo, Carlos Portinho (PL-RJ), expôs o receio de que a redução não surta efeito e colocou a culpa nos governadores e na Petrobras. Senadores do centro e da oposição se rebelaram. Afirmaram que haviam votado com o governo, comprando brigas a contragosto com governadores, e que, ainda assim, o governo não havia encontrado uma saída contra a inflação, o que sugere improviso.

CLIMÃO. Na troca de acusações, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), disse que “depois da porta arrombada é difícil buscar um remédio para arrumar”. O governo agora quer usar o dinheiro reservado para compensar os Estados pela redução de tributos para bancar o aumento provisório do programa.

AJEITA. O relator da PEC, Fernando Bezerra (MDB-PE), recebeu dos colegas o prazo até o início da semana que vem para solucionar o impasse e apresentar uma proposta que fique de pé.

PROBLEMINHA. O aumento do benefício e a criação do voucher caminhoneiro, em nova tentativa revelada pela Coluna anteontem, demandariam alterações na lei eleitoral e, se a PEC for aprovada após a semana que vem, na Lei de Responsabilidade Fiscal. Essas mudanças desagradam a parlamentares, entre eles o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

PRONTO, FALEI. Junior Bozzella, deputado federal (União-SP)

“Apoiar ou não Rodrigo Garcia é uma questão nacional que envolve diretamente o PSDB”, em resposta a Milton Leite, que garante apoio do União ao governador.

Sinais Particulares, por Kleber Sales. Jair Bolsonaro, presidente da República


Fonte: Estadão

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