Ministros do STF tentam influenciar disputa por vaga no STJ

Magistrados buscam emplacar aliados em dois postos vagos há mais de um ano; lista será levada a Bolsonaro

· · Matheus Teixeira Julia Chaib

Brasília

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) têm se movimentado nos bastidores para emplacar aliados em duas vagas abertas no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Os assentos estão desocupados há mais de um ano, e a aprovação de uma lista a ser enviada para o presidente Jair Bolsonaro (PL) estava travada porque os integrantes do STJ decidiram votar a questão de maneira presencial, o que irá ocorrer na próxima quarta-feira (11).

A disputa é apontada por magistrados como uma das mais acirradas dos últimos anos.

Nos bastidores, o ministro Gilmar Mendes articula para que o juiz federal de segunda instância Ney Bello seja um dos escolhidos —atualmente, ele está no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região).

O ministro Kassio Nunes Marques, por sua vez, faz campanha para outro nome da corte de segundo grau: Carlos Pires Brandão.

O presidente do Supremo, Luiz Fux, quer que o indicado seja o juiz Aluísio Mendes, do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região). Ele tem feito campanha ostensiva por isso, telefonando a ministros pedindo votos.

O ministro Dias Toffoli, por sua vez, é ligado ao magistrado do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) Paulo Sergio Domingues. Já Edson Fachin apoia Fernando Quadros, que é juiz no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

Apesar de integrantes do Supremo tentarem influenciar na disputa, a votação é realizada entre os ministros do STJ.

Eles irão formar uma lista com quatro indicados e caberá a Bolsonaro escolher dois nomes para se tornarem ministros do segundo tribunal mais importante do país.


Fonte: Folha de São Paulo

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